Muitas vezes chegamos a imaginar que deixar o bebê quietinho diante da TV, fascinado por tantas imagens, luz e som, pode ser uma boa alternativa para distrair os pequenos. Mas uma pesquisa da Universidade de Washington, EUA, sobre os efeitos da exposição precoce dos bebês à TV, concluiu que o excesso de estímulo que a programação infantil oferece pode contribuir para que a criança cresça com uma capacidade de concentração mais baixa e, pior, achando a realidade um tanto quanto chata.

Um bebê precisa explorar o mundo com todos os seus sentidos: tato, paladar, olfato, visão e audição devem ser requisitados em suas atividades exploratórias ao longo do dia. A TV e os filminhos em DVD voltados para o público infantil oferecem apenas muito estímulo visual e auditivo, com imagens chapadas, bidimensionais, sem a riqueza de detalhes do mundo real.

Outro perigo é que diante da TV não há interação nem contato físico com outras pessoas. Um bebê precisa disso para que se desenvolva de maneira plena. Algumas crianças atrasam o processo da fala, por exemplo, pois são deixadas diante da televisão por horas seguidas desde muito pequenas. A boa noticia é que basta mudar esse hábito e interagir mais com elas para que o quadro se reverta, dizem os especialistas.

Sobre o tempo seguro que se deve expor crianças com menos de dois anos diante da TV, tudo é uma questão de bom senso. A pesquisa apontou que se a rotina do bebê puder ser preenchida com brincadeiras que estimulem seus movimentos, se um adulto interagir com ele de maneira carinhosa e falar com ele olhando nos olhos, se ele tiver acesso a brinquedos simples, mas que agucem seus sentidos, a TV acabará ficando, naturalmente, em segundo plano.

Fonte: Abril